Campos eletromagnéticos no dia a dia

04-05-2020

A radiação eletromagnética ocorre naturalmente no Universo, por isso, sempre esteve presente na Terra. O Sol é inclusive a fonte (natural) de radiação eletromagnética mais intensa a que estamos expostos. Assim, estamos perante campos eletromagnéticos (CEM) no nosso dia a dia, sejam eles de origem natural, como é o caso do campo magnético terrestre, dos campos gerados pela atividade solar, entre outros, ou de origem artificial, visto que os CEM existem sempre que a eletricidade é gerada, transmitida, distribuída ou usada e, atualmente, a eletricidade é algo que faz parte do nosso quotidiano como forma de melhorar a qualidade de vida.



É possível dividir os CEM consoante a sua frequência, isto é, CEM estáticos e de baixas frequências (por exemplo os eletrodomésticos) e CEM de altas frequências (por exemplo os radares). A esta divisão dá-se o nome de espetro eletromagnético.

No nosso dia a dia estamos normalmente expostos a campos eletromagnéticos de extremamente baixa frequência (CEM EBF), sejam eles através de eletrodomésticos ou das linhas de distribuição e transporte de energia elétrica. Os CEM EBF caracterizam-se por serem campos eletromagnéticos em que as frequências variam de 3Hz a 3kHz e têm um caráter não-ionizante, no entanto, a partir de uma certa intensidade, estes campos podem ter consequências a nível da saúde. Por esta razão, foi necessário estabelecerem-se limites para a exposição aos CEM. Uma vez que estamos geralmente expostos a frequências na ordem dos 50Hz, os níveis de referência, para esse valor, para o campo magnético são de 100µT e para o campo elétrico são de 5kV/m. Estes valores seguem as recomendações da Organização Mundial de Saúde.


Os campos eletromagnéticos têm efeitos nocivos para a saúde?

A evolução das tecnologias e as mudanças no comportamento social originaram um aumento da exposição a outras fontes de radiação eletromagnética: fontes criadas artificialmente pelo homem.

Qualquer equipamento elétrico gera campos eletromagnéticos, sendo a sua intensidade variável conforme as aplicações particulares dos mesmos. As linhas de transporte de eletricidade possuem também campos eletromagnéticos (de baixas frequências).

Enquanto assistimos ao desenvolvimento da tecnologia e ao aumento da sua utilização, surgem dúvidas relativamente aos riscos para a saúde a que as radiações eletromagnéticas de baixa frequência podem estar associadas.

Em 1996, a OMS, Organização Mundial de Saúde, criou o Projeto Internacional de Campos Eletromagnéticos para investigar acerca dos efeitos negativos na saúde associados a tecnologias emissoras de energia eletromagnética.

Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, devem existir limites de exposição adequados. Por isso, a exposição a níveis mais baixos do que os recomendados pela ICNIRP, Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Ionizante, são desaconselhados.

Em Portugal, ANACOM, Autoridade Nacional para as Comunicações, é responsável por assegurar o cumprimento dos níveis de exposição fixados pela Portaria nº 1421/2004, que adotou os limites recomendados pela OMS e pela Comissão Europeia.

Assim como Portugal, a maioria dos países europeus adotaram as recomendações da ICNIRP e da Comissão Europeia. No entanto, alguns países não seguem as orientações da Organização Mundial de Saúde, estes ou não adotam critérios vinculativos ou adotam critérios mais restritivos. No entanto, não existem dados que comprovem vantagens na saúde perante a adoção das estratégias mais restritivas.

Recentemente, numa revisão à informação relativamente ao assunto, o SCENIHR, Comité Científico da Comissão Europeia para Riscos de Saúde Novos e Emergentes concluiu que os limites de exposição recomendados continuam válidos.

Concluindo, após inúmeras pesquisas realizadas pela OMS e outras entidades, não existem dados científicos que comprovem que a exposição a campos eletromagnéticos de baixas frequências (presentes em dispositivos eletrónicos que atualmente fazem parte do nosso dia-a-dia) provocam efeitos negativos na saúde. Por isso, exposições abaixo dos limites recomendados pelas diretrizes da ICNIRP (valores que abrangem frequências de 0 a 300 GHz), não provocam efeitos adversos à saúde. Contudo, é importante que o interesse nesta matéria se mantenha e se continuem a realizar pesquisas e estudos de modo a preencher as lacunas no conhecimento que ainda existem e assim promover a saúde pública.

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