CONCLUSÕES
Chegámos ao fim deste projeto e, por isso, está na altura de analisarmos os resultados obtidos e apresentar as nossas conclusões!
Desde o início que o nosso principal objetivo é desmistificar a ideia de que as torres de alta tensão são prejudiciais à saúde. Ao longo de todo o nosso percurso, acompanharam as nossas aventuras neste projeto enquanto desmistificávamos o tema dos campos eletromagnéticos.
Começamos o nosso processo pela pesquisa, visto que ainda não dominávamos o tema dos campos eletromagnéticos e era extremamente importante termos conhecimento na matéria para podermos realizar o trabalho o melhor possível e aproveitar a experiência. Fizemos várias pesquisas sobre conceitos, sobre o impacto da exposição a campos eletromagnéticos na saúde, informámo-nos dos valores estipulados para o campo magnético pela DGS e descobrimos que, uma vez que estamos geralmente expostos a frequências na ordem dos 50Hz, os níveis de referência, para esse valor, para o campo magnético são de 100µT.
Na fase seguinte tivemos a oportunidade de fazer várias medições e ver se a experiência na prática se comporta de acordo com a investigação teórica.
Tal como já dissemos anteriormente, decidimos utilizar três distâncias diferentes para cada equipamento medido ao longo de todo o processo: 0 m; 0,2 m; 0,4 m e, de modo a diminuir o erro, calculámos para cada distância 5 valores de campo magnético variável e trabalhámos com a sua média.
Tanto nas medições em casa como na rua, tudo correu como previsto na maior parte dos equipamentos. Ou seja, com o aumento da distância do aparelho ao equipamento, os valores medidos diminuíram. Contudo, com a torradeira ligada sem trabalhar (sem estar a torrar), com o quadro elétrico, na porta da máquina do elevador e no fio da arca dos gelados aconteceu o contrário do esperado. Isto pode ter ocorrido devido a vários fatores, sendo que, aquele que consideramos mais provável, é o facto de, mesmo o aparelho se estar a afastar do equipamento medido, aproxima-se ao mesmo tempo de outros campos magnéticos variáveis, existentes ao seu redor. Por exemplo, ao afastarmo-nos da torradeira, aproximamo-nos do frigorífico.
Efetuámos também um questionário com o intuito de saber a opinião das pessoas sobre este tema. Pensámos que seria muito pertinente porque, através deste, conseguimos ter uma ideia geral do que as pessoas pensam e ver se corresponde ou não à verdade.
Chegámos a conclusões que esclareceram as dúvidas mais frequentes e que resolvem algumas questões apresentadas no questionário: os postes de transformação (PT) emitem mais radiações do que os postes de alta tensão; a linha do comboio emite mais radiações do que a linha do metro de superfície; a televisão emite mais radiações do que o telemóvel e o computador; o micro-ondas emite mais radiações do que os fornos elétrico e a gás; o secador emite mais radiações do que a prancha; a máquina de lavar roupa emite mais radiações do que o frigorífico e a máquina de lavar loiça.
Um dos casos em que as nossas medições foram contraditórias com a opinião das pessoas foi a prancha e o secador. Entre estes dois equipamentos, a maioria das pessoas pensava que a prancha emitia mais radiações, no entanto, observou-se o contrário. Ficámos impressionadas com os valores nulos da prancha. Em relação ao secador, esperávamos valores menos elevados. Outro caso foi o telemóvel. Este foi considerado um dos que emitia mais radiações no nosso questionário, porém, isto não se verificou, sendo mesmo até um dos equipamentos que emitia menos radiações.
Apurámos também que 54,1% das pessoas afirma que as torres de alta tensão são prejudiciais à saúde. Já 19,3% nega isto e os restantes 26,6% não têm uma opinião formada. Uma das maiores preocupações das pessoas são as emissões de radiação vindas das torres de alta tensão e que impacto existe se vivermos, por exemplo, numa casa perto de uma destas torres, portanto, tentámos verificar se há razão para essa preocupação. Através das medições que efetuámos, concluímos que os valores das torres de alta tensão se encontram abaixo dos valores de referência, tal como tudo o que medimos.
É de realçar que, após inúmeras pesquisas sobre os efeitos que a exposição a campos eletromagnéticos pode ter na saúde, não foram encontrados perigos na exposição aos mesmos, dentro dos valores estipulados. Contudo, é importante que o interesse nesta matéria se mantenha e se continuem a realizar pesquisas e estudos de modo a preencher as lacunas no conhecimento que ainda existem e assim promover a saúde pública.
Com este projeto, conseguimos adquirir uma nova perceção sobre os campos eletromagnéticos, visto que sentimos que, por vezes, quando falamos ou ouvimos falar das radiações eletromagnéticas, associamos de imediato a grandes torres de alta tensão e estações de conversão, contudo, e segundo as nossas medições, não são estas que apresentam os valores mais elevados.
Apesar de todos os valores serem considerados seguros, constatámos que os equipamentos que emitem mais radiações são o micro-ondas, o secador de cabelo e a mota a gasolina.
Com isto, concluímos que apenas estamos expostos a valores considerados seguros, mesmo que, por exemplo, a nossa casa seja perto de uma torre de alta tensão, visto que, até a secar o cabelo estamos expostos a mais radiações, sendo algo que algumas pessoas fazem diariamente.
Gostaríamos de deixar um desafio para as próximas edições, visto que não conseguimos realizar tudo o que tínhamos previsto inicialmente: fazer medições relacionadas com a saúde em hospitais e ginásios. Propomos assim o que não tivemos oportunidade de fazer!
Foi um enorme prazer ter a oportunidade de participar no projeto MEDEA 11! Conseguimos aprender muita coisa de uma forma extremamente divertida, apesar das circunstâncias!
Queríamos deixar um agradecimento ao nosso professor de Física, José Fanica, à Liliana que se mostrou sempre disponível e, por último, à Sociedade Portuguesa de Física que criou este projeto em colaboração com a REN.
As Julietas